Gustavo Pereira Marques é o Djonga, rapper mineiro, artista de seu tempo, surgido pelo impulsionamento das plataformas digitais. Integrante da tradição questionadora do rap nacional, Djonga é um ostentador de criticidade social. Aborda temas diversos em suas canções, sem fugir de tabus como machismo, paternidade e masculinidade tóxica, quebrando o silêncio entre os homens.
A vida do jovem negro, em suas nuances cotidianas, sonhos, autoestima, aspirações e desejos, é outra inspiração para o rapper. Sua recente discografia aponta para trabalhos nos quais explora um misto de resistência e resiliência.
Trabalhador da música, desde que surgiu como cantor, o também compositor, historiador e escritor, tem lançado álbuns ano a ano. Heresia (2017), O Menino que queria ser Deus (2018), Ladrão (2019), Histórias da Minha Área (2020) e o mais recente Nu (2021). A cada obra um recado imagético é fortalecido pelas capas que produz.
O genocídio do povo negro estampa Histórias da Minha Área, e a obra além de denunciar elabora a ideia de mudança social em seu combate. Djonga, como se lê grafitado na capa do disco, pertence à geração de jovens artistas cuja marca é trazer nos créditos a publicação por selo independente. Não fosse esta a condução na carreira do considerado um dos nomes mais influentes do rap brasileiro na atualidade.