Criada em 1991, a Timbalada é um grupo percussivo baiano formado por um mar de homens, tocadores de timbal, cujo protagonismo esteve sempre relacionado à figura da mulher. Em imagens e letras, capas e versos, os timbaleiros entoam: “Ê tá na mulher / O amor tá na mulher / Ê tá na mulher / A visão tá na mulher” (de Carlinhos Brown e Alain Tavares).
Na formação do grupo, assemelhada à composição da ala de bateria das escolas de samba, com um interminável número de rapazes, realocou o timbal do fundo para a frente da sonoridade, renovando o samba-reggae. O grupo nasce da reunião de mestres tocadores e jovens oriundos das oficinas de música, fruto do trabalho social do multiartista Carlinhos Brown, cria do Candeal Pequeno, quilombo urbano numa das regiões mais valorizadas da capital baiana.
Do estrondoso sucesso de seu álbum de estreia, homônimo à banda, entraram para o acervo da música brasileira canções como “Beija-Flor”, regravada por artistas como Emílio Santiago, Marina Lima e Johnny Hooker.
Na Nova York dos artistas Andy Warhol, Robert Mapplethorpe, Keith Haring, em 1984, a pop art fez surgir como tela o corpo da cantora jamaicana Grace Jones inteiramente pintado com grafismos tribalizados. A expressão artística já era encontrada em grupos musicais no Caribe e na África. Na Bahia, o “me pinte pra Timbalada” virou marca do grupo, estampou capas de disco e tornou-se desafio para única mulher membro da Timbalada à época. Patrícia Gomes foi a voz feminina e o busto em topless pintado com os contornos tribais.