Brasil, um relato da tortura

Resenha

“Só existe uma democracia no Brasil, a democracia da tortura” diz Bruno Piola, um dos setenta presos políticos libertados durante as negociações da ditadura militar com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Liderada por Carlos Lamarca, a VPR tinha sequestrado Giovanni Bucher, embaixador da Suíça no Brasil, e requisitado uma troca de prisioneiros. Para recuperar o diplomata, os militares soltaram o grupo e o extraditaram para o Chile. Lá, foram entrevistados pelos cineastas estadunidenses Haskell Wexler e Saul Landau.

Deste encontro surgiu Brasil, um relato da tortura, primeiro documento em som e cores sobre o que acontecia a cidadãos brasileiros em dependências controladas pelo Estado. Surpreende o tom sóbrio e a abertura dos relatos, que descrevem em detalhes as torturas físicas e psicológicas a que foram submetidos. Para melhor comunicar a experiência que passaram, alguns aceitaram reencenar as sessões de tortura, explicitando o sadismo dos agentes do regime.

O filme teve um papel importante na denúncia internacional contra a ditadura militar, que na época tratava as acusações de tortura como apenas “propaganda comunista”.

Ficha Técnica

Direção: Haskell Wexler, Saul Landau

Elenco: Frei Beto, Jean Marc von der Weid

Duração: 60 min

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