Justiça Social

Bezerra da Silva

Nem malandro, nem mané. O partido de Bezerra da Silva era o homem do morro, fosse ele quem fosse, sem distinção. Em sua discografia, as capas são dedicadas a narrar os apuros do homem preto, pobre e “favelado”. Encarceramento, extermínio, abuso de autoridade, preconceito de cor, discriminação, injustiça social são temas para a composição particular das capas de discos como “Malandro Rife” (1985), “Se Não Fosse o Samba” (1989) e “Eu Não Sou Santo” (1990). 

Com Justiça Social, de 1987, não foi diferente. Denunciando a injustiça de uma balança desigual, estruturada na sociedade brasileira, Bezerra clama por uma justiça além da divina. Suas canções registram o cotidiano suprimido das versões oficiais da vida do morro.    

Bezerra da Silva nasceu no Recife e se imortalizou como um dos grandes cariocas. Embaixador dos morros e favelas, trabalhou como pintor de paredes até construir um repertório marcado por composições realistas e críticas às agruras do “povo faminto e marginalizado”, como dizia. 

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